quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PRIMEIROS BAFOS


Depois de cinco meses de paragens o BZ viu novamente a luz do dia, com todas as alterações introduzidas era o vicio que chamava a testar se todo o esforço tinha dado em algo.
Ultimas afinações e carro para a rua…
Fica o filme…

























Apesar de algo escandaloso, o som é delicioso e a velocidade com que o motor faz rotação é viciante.

Aparentemente tudo ok...

Era tempo de corrigir algumas coisas que com as pressas tinha sido feitas para desenrascar, como era o caso da bomba eléctrica. Passaria agora a ter um circuito dedicado em vez de andar pendurado no mesmo circuito das luzes de presença …
E é daqui que vai nascer mais uma “dor de cabeça”.

Tudo ligado, carro pronto para rolar vamos para a estrada testar.
Apesar de ao relanti o motor ser nervoso, assim que se começava a andar e acelerar o motor falhava chegando mesmo a desligar-se.

Depois de muitas horas de volta do caso, com a ajuda de todos incluído o amigo Luís Martelo, com quem troquei muitas impressões, suspeitou-se de tudo: que era do carburador, da mola ou do óleo da cuba que não era os indicados… foi trocado então o HIF44 por dois HIF38´s que já anteriormente tinham rolado no antigo motor.

Não resolvia e o sintoma era o mesmo…

Se não era gasolina, era na certa electricidade.

Como estava a usar um distribuidor eléctronico convertido para preA+, as duvidas apontavam para o distribuidor.

Assim sendo o Rui Abreu emprestou-me um Aldon Yellow sem avanço de vácuo para ver se o problema viria daí. Mas… também não era este o problema…

Apesar disso acabei por compra-lo. Era uma peça importante tambem e assim ficou...

Mais horas de volta do assunto… e… o dito circuito de alimentação dedicado para a bomba eléctrica, não teria sido ligado no sitio certo. Foi montado na linha de corrente do conta rotações.

Ao passar de umas certas Rpms´ a corrente não era suficiente para as duas coisas ficando a bomba sem energia e como tal… motor CAPUT….









Um obrigado especial ao meu amigo César por toda a ajuda na parte eléctrica do carro e não só, mas desta vez, por azelhice, distracção, seja lá o que for, a raia foi dele : )

(Obrigado Cesar tens sido incansavel)

Problema resolvido, era hora de meter o animal á solta…

Os primeiros quilómetros ainda com atenções redobradas e todos os valores de temperatura e pressão do óleo debaixo de olho.

Tava na hora de testar e ver resultados…

Desta vez o amigo Sergio Nicolau veio ter comigo de novo e lá fomos fazer o teste de estrada…


Agora ainda com os dois HIF38´s que vieram a revelar-se um bom compromisso nas altas rpms… Os valores foram interessantes e os ganhos preciosos.


O carro está fabuloso e tem uma vontade de subir de rotação muito engraçada.

Era hora de levar á IPO que entretanto já tinha caducado com todo este tempo parado.

Lá vem dores de cabeça de novo…

Agora que o animal era mais voraz poupei-me nos aligeiramentos e todos os interiores de carro estavam montados assim com vidros originais, tapetes entre outros pesos extras…




Ipo com ele…

Ainda que com alguns receios principalmente com o barulho do carro, dirigi-me ao centro de inspecções. Para grande azar meu tive o infortúnio de me saltar a cavilha elástica que prende o selector da caixa ao motor mesmo já na linha de inspecção.

O inspector até foi um porreiro e lá me deixou tentar continuar a Ipo com um parafuso no selector para tentar remediar a situação…


Nada feito, assim que se sentou no carro e tocou no acelerador, O BARULHO estridente que o carro fazia não foi nada bem “ouvisto” pelo chefe de linha que me mandou desligar o carro e meter fora do centro pois o carro não estava em condições de ser inspeccionado, com aquele escape.

Aprendendo a lição troquei então por um Maniflow de duas panelas emprestado à ultima da hora pelo incansável e facultador de soluções de ultima hora Rui Abreu.






Aproveitei a a boleia e voltei a meter o HIF44 ao trabalho.

Teste de potencia de novo e a introdução do escape com duas panelas e a troca de dois por um carburador, veio a revelar algumas perdas nas altas rpm´s que foram compensadas com um ainda significativo aumento do binário nas baixas.

Resultado: carro pujante e rápido a sair de curva e menos imponente nas altas Rpm´s. Parecia-me um compromisso excelente por agora.





Ficam os registo de alguns testes que fui fazendo...

Centro de Ipo com ele de novo, e desta feita nada a apontar, a não ser de novo o escape… AZAR dos azares este escape também tinha uma minúscula fuga que lá foi anotada na folha. Ainda assim serviria para durante o próximo mês resolver a questão.

Aproveitei a IPO para anotar os pesos facultados por eixo e assim estimar um peso total de 660kgs.

Assim que possivel iria ser pesado em balança...

Carro inspeccionado era hora de fazer km´s.


Para breve mais um trackday no Estoril e eu queria estar presente… Era inverno as probabilidades de chover eram grandes mas chovesse ou não… queria ir ver como era lá dentro…
Até breve.

THE BIG STEP...

Ora motor armado, carro na estrada de novo, era hora de novos planos.

O jovem e recente amigo, André, que há muito me andava a "chatear" que queria comprar um mini, lá se decidiu.

O carro ele já tinha arranjado, só lhe faltava um motor. Fizemos o negócio e lá levou o dito, o que veio a abrir novas portas e novos horizontes.


Decido o plano de ataque, "agarrámos o osso" e umas horitas depois já o motor estava fora.


Em breve iria viver para outra carcaça.



O que para uns já não é emotivo, iria ser motivo de alegria para outros…


Na realidade este motor já não me satisfazia, e o mesmo estava a acontecer com o motor de outro amigo dos minis. O Sérgio Cristina.

Coincidência ou não… calhava na altura certa.

Era uma boa base para evoluir e assim sendo fui averiguar se valia a pena a compra.

Ainda dava para rolar com o motor no antigo carro e assim o fiz.




( fica a foto )

Executei algumas medições e só tenho a agradecer a paciência dele para me ver com os meus "gadgects de medição" a acelerar que nem um louco pela serra acima e abaixo, para testar a coisa...


Apesar das impressões não serem fabulosas, era algo que estaria uns furos à frente do meu e como tal se fossem feitos alguns melhoramentos, os resultados provavelmente viriam ao de cima.



Lá foi feito um acerto de contas e em breve uma nova alma viria empurrar o BZ… Segundo constava o motor teria sido armado recentemente, lá para os lados de Ermesinde.

Tratava-se de um bloco pré A+ com pistons +0.40" e mais alguns periféricos que pelo seu conjunto, vim a supor mais tarde, não satisfizeram por completo o antigo dono.




Tracei o plano e com a ajuda dos mais sapientes, lá me decidi a encomendar o material novo.


Desta feita ía dar um passo maior e o material veio de UK, desta feita da MiniSpeed.


O motor já trazia alguns improvements, mas que também não eram totalmente do meu agrado e como tal, comecei pela troca da cabeça com válvulas pequenas.




Aqui as válvulas 33, 29.3



Depois de diversas leituras, Vizards e afins, decidi redesenhar as câmaras de combustão e os ports da cabeça. Foram umas semanas de leituras e outras de esmeril em punho.







(Templates...)
Com o trabalho manual acabado era tempo das máquinas tratarem do resto.

Facear, rodar válvulas, que foram também cortadas assim com as sedes, para optimizar o processo…


Aqui já as valvulas 35.7, 29,3



Depois de decidida a Árvore de Cames a usar, e dos pressupostos para os quais eu iria submeter o motor na sua maioria do tempo, tratei de medir a cubicagem das câmaras para que fosse acertada a taxa de compressão ao valor pretendido (ficando em 10.8 :1)



A cubicagem pretendida...
O trabalho foi feito pela FVC Rectificações, mais precisamente pelo Sr. Fernando e Sr. Miguel aos quais agradeço a paciência.

Fvc-Rectificação Unipessoal Lda
São Sebastião
Estrada Vale Mulatas Lote 8-armz C,
Setúbal 2910-737 SETÚBAL
Tel: 265 552 435

Pelo meio desta saga era hora de voltar ao Hospital para retirar todos os ferros parafusos e
araminhos que viveram comigo desde 2007, no acidente de kitesurf.





Mais algum tempo de espera e uns dias em casa sem mexer em nada.

Cabeça trabalhada era só esperar que o material novo chegasse.
Em suma queria ter um motor mais expedito e capaz de saltar das baixas rotações com facilidade sem ter em mente usa-lo frequentemente nas altas rotações.

A escolha caiu assim numa árvore de cames Kent 276


Depois de uma inspecção visual mais cuidada, achei que não seria necessário abrir o bloco.

Assim sendo havia que melhorar as partes moveis, exteriores… Volante de motor e prato de encosto Ultra Light deveriam fazer alguma diferença…


A prensa de embraiagem foi trocada por uma mais robusta (Orange) capaz de lidar com o suposto incremento na performance. Um disco de embraiagem novo AP reforçado deveria chegar por agora.

Foi trocada a distribuição por uma dupla aligeirada e ajustável para se poder afinar no grau correcto…




No campo da electricidade e também depois de mais e mais leituras tive o trabalho de converter o distribuidor com módulo electrónico para “drive” de motor pré A+ que seria depois para ser “alterado”, para acompanhar as alterações introduzidas.



Com todos os improvements era suposto a carroceria lidar com o que por aí vinha com mais afinco, a borracha dos pneus já não era nova e como tal lá vieram uns Yokohama A539 para calçar nas Braid.



No campo da estética era hora de aproveitar que a velha grelha tinha sido destruída para trocar por uma nova Heavy Dutty capaz de suportar mais esforços sem se deformar com facilidade.



O escape iria ser mantido por agora…

Na admissão as melhorias foram a introdução de uma nova agulha mais rica, assim como a troca da mola do carburador. Ao nível de filtragem, um carapuço da Pipercross, para ser montado numa corneta curta também da Pipercross.

Estava composto o plano era hora de limpar tudo e fechar.

Com mais horas de paciência e ajuda dos amigos Rui Abreu, Luís Santos e André a coisa ficou pronta para ir para dentro do carro.

Combinou-se mais uma jornada de montagens e o pressuposto era afinar a distribuição, meter o motor a trabalhar cá fora para averiguar possíveis fugas ou algo que se tivesse de reparar e de seguida meter o motor no carro.

Contei mais uma vez com a preciosa ajuda do amigo Mário Abreu, que lá arranjou um furinho para aparecer na garagem e com o disco e o comparador afinar a distribuição a ponto.
Passou-se uma noitada de galhofa, onde entre conversas e alta cavaqueira onde durante a afinação se iam soltando entre outras “postas de pescada”:



- Vas ist das?? ( Vé lá se isso dá)???
- Esta cabeça tem cá uns ports, vê-se daqui as valvulas... ports que o pariu...

- Tens falado com ele? (com o motor)... Falado? isso foi na primeira semana, na segunda já estava a leva-lo para jantar fora
Mais pela noite dentro:
- Olha que o K.Calver diz lá que são 8 cavalos... 8??? então só faltam 4, pois já estão aqui 4 camelos à volta do motor...




- A "valvula" dos martelos tá porreira? A folga? Sim a folga ainda deve estar folgada
e para terminar:
- 100 com 112, 212. por isso dá... 106º (Kent 276). Tá certo aperta que já tá bom

Após a afinação da distribuição, pouco faltava para o meter a trabalhar. O motor em cima da “bancada”, colectores montados e carburador, gasolina, bomba eléctrica e… toca a dar à chave e esperar que o manómetro da pressão de óleo desse sinal.



Ainda foram uns minutos de suspense valente... até que o som mudou. A nova bomba de óleo lá ferrou e o manómetro subiu.. Ufa….


(Pressão de óleo)
Esta parte estava resolvida era tempo de dar descanso ao Mário, ficando eu, o Luís e o Rui com a tarefa de o meter a trabalhar até… até … pela noite dentro.

Pequena pausa para ir comer uns bolos quentes e voltámos á base.
Bombas de gasolina, etc e tal... e já só eram 03.45h quando o motor soltou pela 1ª vez os seus "grunhidos"...


(Primeiros grunhidos)

A motivação aumenta e apesar do cansaço... estávamos a pouco tempo de o meter dentro do carro.
Assim o fizemos até ás 07.00h (intercalado com pequenas quebras)
5:15h AM - O Rui a.... a pensar pra dentro :)

Também eu, talvez vencido pelo cansaço de uma semana acumolada de noitadas vim a ceder ficando muito mal disposto, ao ponto de não poder continuar mais e ter de abortar a missão ainda antes da manhã raiar.


O cansaço foi superior à vontade de ver o motor a roncar dentro do carro.
No dia seguinte haveria tempo para concluir o processo....

MUITO OBRIGADO AMIGOS

RESCALDO DA PEDRADA

Cá estamos de novo…

Após o estrago, o motor teria de ser aberto para averiguar os danos.
No dia seguinte e algumas horas depois de volta do carro, já havia novidades.



A junta realmente tinha queimado e algo de estranho se passava no cilindro 2. O cilindro apresentava um desgaste anormal na cabeça do mesmo, o que depois de algum consenso se veio a concluir que muito provavelmente, algures na vida do motor, ou recentemente com o estrago das pedradas em pista, o motor terá engolido algo...

O que foi não se sabe, pois já não havia vestígios de nada, apenas umas marcas suspeitas, no dito piston. Terá sido algo que entrou e saiu? Terá sido falta de gasolina em algumas das afinações do motor e veio a picar o piston? Ficará para sempre a duvida no ar...



Tirando este piston tudo o resto apresentava bons sinais de vida e nada que implicasse grandes intervenções, até porque até à data o motor nunca tinha apresentado quaisquer sinais de fadiga.

Pistons alinhados a meio curso, óleo fino lá para dentro e rezar para que os segmentos não tivessem sido afectados, o que se veio a constactar também.

Com todos os sinais positivos, havia que resolver o problema e mete-lo a rolar…


Facear a cabeça, juntas novas, etc… "o normal". Mais uns € e umas horas de torneiro e tudo pronto para ser armado de novo.



Uns dias depois e já com o material novo necessário, o motor ficou fechado e foram repostos os óleos e líquidos.




Era hora de dar a chave e esperar que tudo não tivesse passado de uma leve constipação. E foi o que se veio a constactar, o motor estava certinho e a roncar de novo.

Para que não existissem duvidas, fiz um teste de compressão aos cilindros, primeiro com, e depois sem velas e apesar dos anos que o motor já tinha, somado aos últimos kms mais desgastantes, nada de anormal se veio a registar.


Estava de novo pronto para a “escáfia” seguinte…